Festival de Cinema

Nossa turma foi "premiada" com os filmes a seguir. Todos que estava na sala assistiram aos curtas e receberam uma cédula para votar em musica, ator principal, atriz principal, figurino, fotografia e coisas do gênero com longas e curtas de ficção e animação. Todos brasileiros, só pra não esquecer.


1º A Galinha que Burlou o Sistema (Quico Meirelles. Ficção/Documentário. 35mm. 15′. SP. 2012)
Numa granja industrial uma galinha tem uma visão: toma consciência da engrenagem que rege sua vida, que determina seu destino. Mesmo enclausurada entre milhões de galinhas que não compartilham de sua angústia, ela acredita que a vida pode ser diferente.
A galinha pode estar representando um ser humano crítico do sistema em que vivemos, ou melhor, de sistemas em que vivemos e vendo o filme por ver, enxergamos apenas a crueldade que as galinhas sofrem até chegar em nossos pratos e a esperança de uma (dentre milhões) de conseguir algo diferente. Com um olhar mais filosófico consegui perceber que a galinha podia ser eu, em questões de reflexão, criticando todo o sistema em que somos inseridos desde pequenos e crescemos com aquilo sem alteração de nada, apenas seguindo as regras sem ao menos se perguntar o por quê. O melhor filme de ficção, comparado aos outros do mesmo dia.
2º Bom dia, bom dia, hora da escola
Em um dia qualquer, um pai tem que levar seus três filhos para a escola.
Uma coisa medonha de curta metragem. Depois de ver esse que eu percebi que o "Brasil" gosta de filosofar (vide número de alunos formados em filosofia nos últimos anos) e sempre termina seus "filmes" deixando quem assiste na expectativa sobre o final. O pai acorda, alimenta e encaminha suas crianças para a escola e durante o caminho vemos as ruas vazias e quando chegamos lá percebemos que o relógio estava no horário de verão (falta de ajuste), além disso descobrimos que é feriado. As crianças caçoam do pai ("pô, pai" / "Popeye é o marido da Olivia, já falei") e ele tentando chorar (acho que tentou chorar, não me sensibilizei muito) disse "porque a mamãe foi morrer". Clima tenso no carro em frente a escola fechada.

3º A Gaveta

O velho tem um monte de tranqueiras e fuçando e fuçando vemos mais e mais tranqueiras a cada segundo. Num determinado momento de relaxamento o velho coloca algo nessa gaveta (acho que a primeira coisa foi um maço de cigarros) e ao fechar a gaveta e abri-la novamente o maço de cigarros não está mais lá (que bruxaria é essa). Abismado, assim como eu, o velho começa a testar a gaveta colocando mais e mais coisas dentro dela, sempre abrindo (pra colocar). Fechando (dar um tempo). E reabrindo (pra ver se sumiu a coisa) e tudo continua sempre desaparecendo, até suas moedinhas sumiram. Tudo que ele coloca lá dentro desaparece: sapato, livros, ferros, maços de cigarros vazios, tudo. Em um acesso de reflexão que resulta em desespero, o velho tenta se enfiar dentro da gaveta, sem sucesso. O que sei é que ele queria sumir (todos querem isso pelo menos uma vez na vida). No começo foi engraçadinho, depois foi triste.

 Dia Estrelado (Nara Normande. Animação. 35mm. 17′. PE. 2011)


O melhor dentre esses todos, não sei explicar se é devido o filme ser uma animação ou por causa do roteiro todo, mas foi o filme que mais dei nota 3 (onde 1 é regular, 2 é bom e 3 é excelente - e há boatos que de que votaram 0). O curta mostra um garoto que vai todo dia pegar água de uma árvore (magia?) sempre acompanhada de seu (gafanhoto? grilho? cigarra?) e leva pra repartir com seu povo (uma mulher que ninguém vê os olhos, um bebê, um cara estranho de cabelos negros e outro cara estranho, esse de cabelos laranjados. Sempre que volta com a água ele a reparte entre os membros daquele espaço e o cara estranho sempre salivando pelo inseto no ombro do garoto. Acaba a água da árvore e a fome e desejo desse cara aumentam e bem no fim (que também passa no começo) o inseto escapa e o garoto e o cara estranho correm para pegar esse inseto. Quem pega o inseto? Em alguns momentos o filme é triste (quando acaba a água), mas aquele coisa toda com o inseto e o homem faminto querendo comer o inseto me prendeu a atenção. Não sei nem o que dizer sobre o filme, foi um tanto sem noção do mesmo modo que foi bom. Só vendo pra entender. Gostei demais. Dentre todos, o melhor e mais longo da sessão. O Brasil não está perdido, não tanto. Esses desenhos de "massinha" me atraem.

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