Millennium - Os Homens que não Amavam as Mulheres

Vamos ao julgamento de um mentiroso! Que de mentiroso não tinha nada. É difícil assistir ao filme sem levar em conta toda a história que acelerou meu coração enquanto eu a lia, não há modo de desligar o livro de minha cabeça e assistir o filme como se eu não soubesse de toda a história que vai ser contada, ou ainda, de toda a história que não foi contada no filme e que eu sei que aconteceu no livro. É muito detalhe pra pouco vídeo. A história é aquela. Um homem é julgado por "contar mentiras" sobre determinada empresa e acaba sendo contratado por um velho rico que deseja descobrir o paradeiro de sua sobrinha que desapareceu sem deixar rastros (deixou rastros, mas ele não soube identificar). O velho já fez de tudo o que podia e Mikael Blomkvist (Daniel Craig) é sua ultima tentativa de encontrá-la. Um jornalista investigativo que, recentemente, se meteu em escândalos e não tem medo de revelar a verdade. Mikael se interessa por essa história após ouvi-la e fica ainda mais intrigante depois de saber que se ele aceitar a proposta do velho Henrik Vanger (Christopher Plummer), ao final do prazo, ele vai obter algumas provas que tanto precisa para acusar Wennestron de falcatruas. Será que o que o velho Vanger sabe vai ajudar em alguma coisa o curioso Mikael?
O foco do filme é Lisbeth Salander (Rooney Mara), dita por muitos como heroína e que não aparenta nada ser como um herói. Nada de capas, nada de trajes especiais que grudam no corpo de forma sexy e gay. Seu dom está em seu cérebro e em sua capacidade de investigar, sem ser descoberta, grandes nomes do mundo do crime. Inclusive Wennestron. Lisbeth e Mikael se cruzam quando o advogado de Henrik Vanger pede para a empresa onde ela trabalha fazer uma investigação sobre ele. A investigação é tão boa que o advogado acaba revelando quem o fez e o nosso jornalista a contrata para ajudar na investigação da sobrinha de Henrik e então, a garota que mal fala e tem problemas com o governo, acaba revelando um lado seu que surpreende Mikael. Uma faísca de atração se acende. Um crime dentro da família Vanger é o que move toda a história do desaparecimento de Harriet Vanger e juntos, Mikael e Lisbeth, descobrem quem é o canalha, ou a canalha, responsável por toda essa trama que conseguiu me deixar nervoso e agitado em alguns momentos. A família Vanger é enorme e seus segredos ainda maiores, mas tudo tem que ficar em Hedestad no fim do dia.
O filme não foi indicado ao Oscar 2012, mas minha lista conta com os filmes que também apontam para atores. Nesse caso, Rooney Mara foi indicada como melhor atriz, talvez por ter enfrentado o papel de uma Lisbeth surpreendente, mas eu ainda prefiro a versão Sueca dessa heroína. Millenium também foi indicado a melhor fotografia, melhor montagem, melhor edição de som e melhor mixagem de som. Totalizando 5 indicações e levando pra casa o Oscar de Melhor Montagem, apenas. Só por estar na lista de indicados já merece minha atenção. Pode olhar na lista de indicados que estou tentando assistir (sou muito enrolado, eu sei). Pra quem prefere ler livros antes de ver o filme (como eu), busca pela Trilogia Millenium e vai encontrar detalhes intensos dessa história fascinante e de muita inteligência do autor em lidar com todos os personagens sem nos deixar confusos. Você pode desconfiar de cada um deles, mas já sabe quais serão seus heróis no fim do dia.

Comentários

HF. Nascimento disse…
Mal falei da revista onde Mikael trabalha e das amizades de Lisbeth, mas se bem me lembro, disse uma vez que não vou ficar resumindo o filme, mas sim fazer os comentários que me agradam. Não sou crítico, sou apenas telespectador cinéfilo.