Lembrar do passado é sempre revigorante quando você consegue fazer uma análise geral e enxergar uma ótima evolução, mas também pode ser triste caso haja algo que não poderá mais ser resgatado ou vivido da mesma forma agradável como foi. O passado é um tempo findo, uma coisa que já terminou, que o tempo fez envelhecer, mas e o futuro? Temos que o futuro é algo que está por vir e, ao meu ver, isso o torna curioso e assustador.
Em uma das disciplinas presentes no curso de Administração é possível planejar o futuro com base nas informações do passado. De acordo com o histórico da empresa, e com informações sobre a situação atual, é possível desenvolver um planejamento capaz de definir o que a empresa pretende atingir, metas a serem cumpridas que somadas resultam no alcance do objetivo principal, de acordo com a missão da empresa, que é a razão de sua existência. Legal, ok. Vamos aplicar uma adaptação deste planejamento à vida pessoal, será possível? Não em 100%, no meu caso.
O dia que começou preguiçoso, enquanto eu ainda rolava na cama, acabou se tornando um procedimento de fúria interna sobre o que seria de mim no futuro. Cochilando a cada mudança de posição, evitando levantar para a vida, foi moldado uma espécie de perfil simpático para lidar com outras pessoas sem ser rude, que era o sentimento predominante enquanto os olhos nem tinham sido abertos. Sobrevivi a fúria e ao dia, passando para um estado de reflexão pensando no que eu estava/estou fazendo com minha vida. Definitivamente estou vivendo uma época de conforto, tanto na vida acadêmica, como profissional, sem desafios diários para mudar esse padrão de monotonia e os resultados começam a aparecer recentemente.
O fato que deu inicio a tarde de reflexão, a mesmo reflexão que é feita quando abrimos a geladeira para não pegar nada, são as notas finais do 6º semestre de administração. Definindo em apenas uma palavra posso dizer, sem dúvida ou ressentimentos, que são ridículas. É possível pensar em outros alunos com notas muito menores do que as minhas para me sentir melhor com a desgraça alheia, mas isso não vai mudar meus resultados. Ouvi por tanto tempo elogios sobre um bom garoto, um bom e capaz aluno para apresentar no fim do ano "isso". Ser bom aluno não basta e para mudar isso eu não estou fazendo absolutamente nada. Estou presente nas aulas, anoto e ouço o necessário para garantir uma nota medíocre durante as provas e é isso. Fim do bimestre! Meu esforço para ser o diferente é nulo nos estudos.
Não depressivo pelo mau resultado dos estudos, ainda há o cotidiano do profissional. Como estudante de administração fica clara qual é a profissão que quero atuar. Desta grande área há caminhos específicos em que posso desenvolver meu CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes) para atuar com vigor e, novamente, não consigo enxergar que estou fazendo algo para mudar a rotina atual em prol de um futuro alinhado com o curso em questão. O emprego é bom? Sim, pois atende o que eu queria quando aceitei a vaga: adquirir conhecimento. O salário? Sendo ético, digo que atende os requisitos da lei. Não quero isso para a vida toda, mas se ainda não descobri especificamente o que quero, como traçar planos? Status: What fuck I'm doing here?
Matemática básica de drama com as notas + drama com a rotina do trabalho o resultado é a loucura. Sou capaz de me controlar quando o assunto é drama, então não houve lágrimas, desespero, muito menos gritos ao descontar a raiva/angústia em inocentes. Isso eu não consigo fazer. Em suma, fiquei pensativo, na cama, ao fim do dia. Pensando em resoluções, a longo prazo, para os problemas atuais. Tentei traçar uma linha para seguir na vida, o que é difícil pela quantidade de interesses existentes, então decidi abandonar qualquer tipo de relacionamento afetivo com outros humanos para focar na vida profissional, e sei que consigo, só que desisti. Mesmo sabendo que consigo vou acabar mudando se me adaptar e isso é algo que não quero. Pessoas precisam de pessoas. Sendo assim, resta resolver os problemas que incomodam o bem estar e perceber no que sou realmente bom a ponto de querer fazer "para a vida toda". Não vou aguardar 2015 para começar a mudar minha rotina em prol de ascensão pessoal, vou começar já.
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